Higiene bucal vai muito além de proteger os dentes. Nervos inflamados podem virar porta de entrada para perigosas infecções.
Uma cárie não tratada pode gerar complicações graves. A necrose do nervo vira um campo de cultura. E como há muita comida por ali, as bactérias nadam de braçada. Engolidas, elas entram na corrente sanguínea, causam febre reumatóide e podem resultar em inflamações em diversos órgãos, como o coração e os olhos, e também nos nervos e nas articulações.
“Na infância, 40% dos casos de febre reumatóide têm origem em infecções buco-dentárias”, explicou o dentista.
Em alguns deles, os sintomas da inflamação podem demorar anos para se manifestar. E ter conseqüências graves, como um infarto.
O reumatismo pode produzir uma endocardite, uma infecção do endocárdio, que envolve o coração. Uma pessoa de 30, 40 anos, que nunca sentiu nada, falece de infarto do miocárdio. Se você fizer uma análise mais profunda, vai ver que quando criança ela teve uma febre reumatóide.
Os cuidados dentários, no entanto, são mais do que simples escovação. É preciso evitar também bebidas alcoólicas e o fumo, dois dos principais fatores de risco para o câncer bucal, o quinto tumor mais freqüente em homens e o oitavo em mulheres. É um câncer que se não tratado precocemente leva à morte e à mutilação. Porque a retirada do maxilar superior faz cair os olhos. Mutila de maneira que pode tirar o indivíduo da sociedade.
O ideal, é que dentistas e médicos trabalhassem mais próximos – como acontece em alguns países do primeiro mundo. Isso por que, além dos problemas bucais interferirem com o resto do organismo, muitas doenças também fazem o caminho inverso, e afetam a boca.
Quase todas as doenças sistêmicas se manifestam na cavidade bucal, ou precedendo ou durante a sintomatologia da doença. Por exemplo, o sarampo, que você pode diagnosticar por umas manchas que ficam na cavidade bucal e que aparecem de dois a sete dias antes da manifestação na pele”, explica. Outro exemplo é a leucemia. Há uma hipertrofia da gengiva, principalmente na região dos molares, que surge intensamente antes mesmo da pessoa saber que tem câncer.
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